As rotinas de saúde do trabalhador vão além dos atendimentos e avaliações médicas. Elas também englobam medidas preventivas, destinadas a evitar a ocorrência e/ou agravamento de doenças e acidentes de trabalho.
Bem como conscientizar os colaboradores para que adotem hábitos saudáveis, diminuindo as chances de complicações de saúde não relacionadas diretamente ao ambiente laboral.
Neste artigo, trago um panorama sobre o conceito, importância e exemplos de agentes nocivos que prejudicam a saúde do trabalhador nas empresas.
Ao final, trago dicas para a promoção de boas práticas nessa área, que pode contar com o apoio da telemedicina ocupacional.
O que é saúde do trabalhador?
Saúde do trabalhador é o conjunto de ações voltadas para a promoção, proteção e recuperação da saúde física e mental dos profissionais no ambiente laboral.
Ao permitir a observação e entendimento de acidentes, doenças e agravos decorrentes do ambiente ou condição de trabalho, viabiliza o planejamento e implementação de iniciativas que reduzem ou evitam novas ocorrências.
No Brasil, o conceito de saúde do trabalhador integra a saúde pública, tendo estratégias pensadas de forma coletiva para atender a todas as pessoas que exercem qualquer tipo de atividade profissional.
Ou seja, as ações devem acolher não apenas os empregados com carteira assinada, mas também autônomos, trabalhadores informais e domésticos.
De acordo com a definição do Ministério da Saúde: “A Saúde do Trabalhador é o conjunto de atividades do campo da saúde coletiva que se destina, por meio das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho.”
Qual o objetivo da saúde do trabalhador?
O principal objetivo da saúde do trabalhador é aumentar a qualidade de vida no trabalho.
Para tanto, é necessário atuar em duas frentes principais:
- Ações de vigilância passiva: atendem a demandas de saúde espontâneas do trabalhador, a exemplo do atendimento médico após uma lesão provocada por acidente de trabalho, queixas de diferentes tipos de dor, falta de ar e outros sintomas de doenças e agravos à saúde. O apoio à reabilitação do trabalhador também se enquadra na vigilância passiva
- Ações de vigilância ativa: focam na promoção da saúde, reunindo ações preventivas como o rastreamento de patologias por meio de exames de saúde ocupacional, eliminação ou controle de agentes de risco presentes no ambiente de trabalho, rotinas educativas sobre alimentação e atividade física, etc.
Entenda melhor a importância dessas ações no próximo tópico.
Qual a importância da saúde do trabalhador?
Investir em saúde do trabalhador é essencial para manter a produtividade, agregando uma série de vantagens para empregados, empresas e toda a sociedade.
Isso inclui:
- Maior eficiência: colaboradores saudáveis conseguem entregar serviços de qualidade em menor tempo, contribuindo para elevar os lucros do negócio;
- Prevenção de acidentes de trabalho: iniciativas voltadas ao controle de riscos laborais evitam quedas, choques elétricos, cortes e outras lesões;
- Redução das doenças ocupacionais: as boas práticas em saúde também são fundamentais para prevenir o adoecimento ou seu agravo, afastando o trabalhador de agentes nocivos;
- Diminuição do absenteísmo: a taxa de faltas, atrasos e outras ausências cai quando a equipe é mais saudável;
- Combate ao presenteísmo: o bem-estar no trabalho apoia a saúde mental, reduzindo as chances de que o empregado esteja apenas de corpo presente na empresa, porém, sem produzir adequadamente;
- Menos afastamentos do trabalho: com menos ocorrências, os colaboradores se ausentam por menos dias para a recuperação. É urgente reverter a tendência atual de adoecimento e aumento da concessão de benefícios por incapacidade temporária, que ultrapassaram os 3,5 milhões em 2024, revelando alta de 39% na comparação com 2023, segundo dados do Ministério da Previdência Social;
- Melhora no clima organizacional: ambientes salubres promovem o bem-estar entre os times, construindo um clima favorável à cooperação;
- Retenção de talentos: empresas que investem e valorizam a saúde das pessoas atraem e têm mais condições de manter profissionais de alto desempenho em suas equipes.
Vale frisar, ainda, que a falta de ações de saúde do trabalhador pode custar caro ao empregador, que terá de arcar com multas, aumento de taxas e outras sanções.
Quais os principais agentes nocivos à saúde do trabalhador?
Antes de citar os agentes nocivos, cabe explicar que as ameaças à vida ou à saúde decorrentes de elementos e condições presentes no ambiente laboral são chamadas riscos ocupacionais.
Esses riscos são identificados, avaliados e controlados por meio de iniciativas de saúde e segurança do trabalho.
Falarei de algumas delas nos próximos tópicos.
Voltando aos agentes nocivos, eles podem ser divididos em cinco categorias, conforme a classificação de riscos ocupacionais.
Três delas se referem a agentes de riscos ambientais, surgindo a partir da exposição ocupacional a ameaças físicas, químicas ou biológicas.
Saiba mais sobre as categorias de agentes nocivos no trabalho a seguir.
Agentes químicos
Amianto, benzeno, sílica e mercúrio estão entre os principais agentes de risco químico.
O contato com esses e outros produtos químicos perigosos pode levar à sua absorção por via respiratória ou cutânea (através da pele), desencadeando vários tipos de doenças e ferimentos.
Queimadura química, intoxicação e comprometimento da função pulmonar estão entre os agravos causados por essas substâncias, que podem ser tóxicas, cancerígenas, corrosivas, inflamáveis, irritantes aos olhos e trato respiratório ou perigosas para o sistema nervoso.
Poeiras minerais de amianto (asbesto) e sílica, por exemplo, podem causar pneumoconioses devido à sua inalação e acúmulo nos pulmões, evoluindo para quadros graves como a fibrose pulmonar.
Agentes físicos
A presença de diferentes formas de energia no ambiente de trabalho pode gerar riscos físicos de intensidade distinta.
Os principais agentes físicos nocivos são:
- Ruído ocupacional;
- Calor;
- Frio;
- Níveis de pressão atmosférica anormais;
- Umidade;
- Radiação ionizante;
- Radiação não ionizante.
Essas energias são capazes de desencadear vários agravos à saúde.
A exposição frequente ao ruído, por exemplo, pode levar à perda auditiva, enquanto que o efeito da radiação no corpo humano, como o acúmulo de raios-X, aumenta as chances de desenvolvimento de câncer.
Agentes biológicos
Vírus, bactérias, protozoários, fungos e parasitas são os agentes de risco biológico, pois podem invadir o corpo humano e provocar doenças.
Dependendo dos microrganismos patógenos presentes no local de trabalho, os colaboradores podem contrair sarampo, hepatite, Covid, pneumonia, tétano, micoses e outras patologias, caso não adotem as medidas de SST necessárias à sua proteção.
Agentes ergonômicos
Fatores relacionados à falta de ajuste do trabalho em relação ao ser humano, gerando desconforto ou doença, são classificados como agentes de riscos ergonômicos.
Muitos deles são provenientes da organização do trabalho, a exemplo de jornada de trabalho intensa, movimentos repetitivos, metas inatingíveis, trabalho noturno e controle rígido de produtividade.
Outros se originam das condições de trabalho, como postura inadequada e esforço físico.
Os riscos psicossociais, que surgem das relações no trabalho, também se encontram nesta categoria.
Bullying, assédio moral e sexual, violência física e alta competitividade são exemplos de agentes nocivos por trás do estresse ocupacional, burnout, depressão e outras doenças mentais que vêm aumentando entre os trabalhadores.
Agentes mecânicos
Situações que surgem de condições físicas e tecnológicas inadequadas geram agentes de risco mecânico.
Também conhecidos como agentes de risco de acidentes, eles podem causar lesões de maior ou menor gravidade, incluindo acidentes fatais.
Instrumentos de trabalho defeituosos, instalações elétricas inapropriadas e máquinas obsoletas estão entre as fontes capazes de provocar danos à integridade do trabalhador.
Exemplos de agravos à saúde do trabalhador
Diversas condições podem impactar na saúde do trabalhador, até mesmo agravos não relacionados ao trabalho.
Contudo, vou concentrar os exemplos em alguns grupos da lista de doenças relacionadas ao trabalho (LDRT), editada pelo Ministério da Saúde.
Popularmente chamada lista de doenças ocupacionais do Ministério do Trabalho, ela engloba:
- Doenças infecciosas e parasitárias: tuberculose, micoses, etc;
- Neoplasias relacionadas ao trabalho: como leucemia e mesotelioma;
- Doenças do sangue: a exemplo da anemia;
- Doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas: problemas na tireoide (hipotireoidismo), entre outros;
- Transtornos mentais e do comportamento: síndrome de burnout, ansiedade, depressão no trabalho, etc;
- Doenças do sistema nervoso: como intoxicação por metais pesados e síndrome do túnel do carpo ;
- Doenças do olho e anexos: a exemplo de catarata e quadros inflamatórios;
- Doenças do ouvido: tais como labirintite e perda auditiva ocupacional;
- Doenças do sistema circulatório: hipertensão arterial, aterosclerose, entre outras;
- Doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo: LER/DORT (Lesões por Esforços Repetitivos e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho) e dor nas costas são exemplos.
O enfrentamento dessas condições está previsto em uma diretriz nacional, que apresento na sequência.
O que é a Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora?
Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (PNSTT) é um conjunto de princípios, diretrizes e estratégias de saúde do trabalhador no âmbito do SUS (Sistema Único de Saúde).
Criada pela Portaria GM/MS 1.823/ 2012, a PNSTT permeia as três esferas de gestão do SUS: federal, estadual e municipal.
Elas devem realizar iniciativas de vigilância para a promoção e a proteção da saúde dos trabalhadores e a redução de acidentes, doenças e óbitos decorrentes dos modelos de desenvolvimento e dos processos produtivos.
Para tanto, a Política prevê a articulação entre:
- Ações individuais, de assistência e de recuperação dos agravos, com ações coletivas, de promoção, prevenção, vigilância dos ambientes, processos e atividades de trabalho, e de intervenção sobre os fatores determinantes da saúde dos trabalhadores
- Ações de planejamento e avaliação com as práticas de saúde
- Conhecimento técnico e os saberes, experiências e subjetividades dos trabalhadores e destes com as respectivas práticas institucionais.
Na sequência, entenda o papel das empresas na promoção da saúde do trabalhador.
Como promover a saúde do trabalhador em uma empresa?
A estratégia de saúde do trabalhador deve ser customizada de acordo com as necessidades e objetivos de cada empresa.
No entanto, existem medidas básicas para quem deseja começar ou atualizar as ações nessa área.
Conheça as principais.
Implemente as ações do PCMSO
Anteriormente, comentei sobre os exames ocupacionais que devem ser feitos periodicamente e custeados pelo empregador.
Eles integram o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), que deve centralizar as iniciativas de proteção à saúde dos colaboradores, permitindo o diagnóstico e intervenções precoces para evitar agravos.
Engaje SESMT e CIPA
Órgãos de medicina e segurança do trabalho, o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) e a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e de Assédio (CIPA) devem coordenar as ações de saúde ocupacional.
Envolva esses times no planejamento e implementação das ações.
Conscientize os trabalhadores
Realizar campanhas e outras iniciativas de educação em saúde e segurança no trabalho são fundamentais para o sucesso da estratégia.
Murais, palestras, reuniões como os DDS (Diálogos Diários de Segurança) e eventos como a SIPAT (Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho) oferecem oportunidades para essa sensibilização entre os colaboradores.
Invista em opções saudáveis
Rotinas de ginástica laboral, alimentos saudáveis oferecidos nas dependências da empresa e até benefícios como o plano de saúde ajudam na promoção do bem-estar.
Monitore os indicadores de saúde
Por fim, não deixe de acompanhar indicadores de saúde para embasar as iniciativas nas necessidades do seu time.
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