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EPI para espaço confinado é um assunto de suma importância quando falamos de Saúde e Segurança do Trabalho (SST).
Afinal, ambientes confinados, por suas características, representam uma série de riscos à vida dos trabalhadores. Isso porque eles não são projetados para ocupação humana contínua, sendo locais que requerem cuidados rigorosos.
O perigo pode estar tanto em fatores ambientais, como deficiência ou enriquecimento de oxigênio, quanto em limitações estruturais, como a dificuldade de entrada e saída. Por isso, o uso adequado de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) é obrigatório para garantir a integridade física de quem precisa trabalhar ali.
Essa medida, junto com treinamentos adequados, reduz drasticamente a probabilidade de acidentes e garante que os trabalhadores atuem com segurança.
No artigo de hoje, vamos listar e detalhar os EPIs mais utilizados em espaços confinados, além de explicar a importância de cada um e seu papel fundamental na mitigação de riscos. Portanto, continue a leitura!
Principais tipos de EPI para espaço confinado
Os Equipamentos de Proteção Individual são dispositivos projetados para proteger a saúde e a segurança do trabalhador. Eles minimizam a exposição a riscos e são fundamentais em ambientes de trabalho perigosos. Cada tipo serve para proteger uma parte específica do corpo, dependendo das necessidades do ambiente.
A sua importância em espaços confinados não pode ser subestimada. Esses ambientes apresentam riscos que vão além do normal, como falta de ventilação e a presença de substâncias tóxicas.
Portanto, a seleção de EPI para espaço confinado deve ser baseada na análise de riscos do ambiente e nas diretrizes estabelecidas pelas normas regulamentadoras (NRs). Vamos explorar os equipamentos mais comuns e suas finalidades.
Capacete de segurança
Nos ambientes confinados, é comum que o espaço seja limitado e haja superfícies irregulares. O capacete de segurança, então, é uma peça importante de proteção.
Ele protege contra impactos na cabeça, que podem ocorrer devido à proximidade das estruturas, objetos soltos ou quedas de materiais. Além disso, protege o trabalhador de eventuais lesões causadas por descargas elétricas, dependendo do tipo de capacete.
A norma regulamentadora NR-6 exige que os capacetes sejam certificados e aprovados conforme critérios técnicos, garantindo que sua qualidade esteja em conformidade com os padrões de segurança.
Respiradores
Espaços confinados podem ter atmosferas contaminadas ou com deficiência de oxigênio, sendo indispensável o uso de respiradores adequados. Existem dois tipos principais que devem ser usados nesses ambientes:
- Respiradores com filtro: indicados quando o ambiente apresenta partículas em suspensão ou gases não tóxicos;
- Máscaras de ar comprimido: utilizadas em ambientes onde há risco de deficiência de oxigênio ou presença de gases tóxicos em concentrações perigosas.
Antes de qualquer trabalho, deve-se realizar uma análise da qualidade do ar no espaço confinado para determinar qual tipo de respirador é mais adequado. O não uso ou a escolha incorreta do respirador pode causar sérios problemas de saúde, incluindo intoxicação e asfixia.
Cinto de segurança e trava-quedas
Espaços confinados, muitas vezes, apresentam desníveis ou estruturas que podem oferecer risco de queda. Portanto, quando há risco de quedas em trabalhos em altura, o cinto de segurança é outro EPI para espaço confinado obrigatório.
Esse equipamento protege o trabalhador, garantindo que ele esteja preso a um ponto seguro. Assim, é possível evitar acidentes graves, incluindo quedas livres.
Em combinação com o trava-quedas, o cinto de segurança oferece uma camada extra de segurança, já que o trava-quedas atua automaticamente quando detecta movimento rápido em direção à queda.
Luvas de segurança
Nos espaços confinados, os trabalhadores podem entrar em contato com superfícies cortantes, substâncias químicas ou outros materiais nocivos. As luvas de segurança, então, são essenciais para a proteção das mãos.
Dependendo dos riscos presentes, elas podem variar em material e resistência:
- Luva nitrílica ou de látex: mais indicadas quando há risco de contato com substâncias químicas;
- Luvas de couro ou borracha: usadas quando há risco de abrasões ou perfurações.
A escolha correta deve ser baseada em uma análise criteriosa dos riscos presentes no ambiente. Assim como os demais tipos de EPI para espaço confinado, as luvas também precisam seguir padrões de qualidade estabelecidos pelas Normas Regulamentadoras.
Calçado de segurança
O calçado de segurança é igualmente importante, especialmente em locais com superfícies irregulares ou que oferecem risco de escorregamento. Em espaços confinados, onde as condições podem ser úmidas ou ter substâncias químicas no piso, um bom calçado deve ser antiderrapante e, quando necessário, impermeável.
Além de prevenir quedas e escorregões, ele protege os pés de perfurações causadas por objetos pontiagudos. Dependendo da análise de riscos, também pode ser necessário que o calçado seja isolante elétrico, em locais onde há risco de choque.
NR-33: a Norma Regulamentadora que trata sobre espaços confinados
A NR-33 estabelece diretrizes específicas para a identificação, avaliação, monitoramento e controle de riscos em espaços confinados, assegurando que a segurança dos trabalhadores seja priorizada em todas as etapas do processo de trabalho.
Além de proteger aqueles que atuam diretamente nesses ambientes, a norma também visa garantir a segurança de trabalhadores que, de forma indireta, possam estar expostos aos riscos.
Além disso, ela também é responsável por definir claramente o que caracteriza um espaço confinado, facilitando a aplicação das práticas adequadas de segurança.
Conforme descrito pela NR-33, um espaço confinado é “qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação humana contínua, que possua meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio”.
Essa definição é fundamental para compreender os riscos específicos envolvidos em tais áreas. A norma também aborda as obrigações dos empregadores, especificando uma série de medidas que devem ser adotadas para garantir a segurança do trabalhador nesses ambientes.
Obrigações do empregador
A NR-33 designa uma série de responsabilidades aos empregadores que tenham espaços confinados em seus estabelecimentos ou que contratem terceiros para realizar esse tipo de trabalho. Entre as principais obrigações estão:
- Indicar formalmente um responsável técnico para assegurar o cumprimento da norma;
- Identificar os espaços confinados existentes no local de trabalho;
- Mapear os riscos específicos de cada um desses ambientes;
- Garantir que os trabalhadores recebam capacitação contínua sobre os riscos, assim como sobre as medidas de controle, emergência e salvamento aplicáveis;
- Suspender de imediato qualquer atividade que apresente risco grave ou iminente, garantindo que os trabalhadores abandonem o local de forma segura.
Responsabilidades do empregado
Por outro lado, o trabalhador também tem responsabilidades que não podem ser negligenciadas.
Entre elas, está o dever de comunicar ao Vigia e ao Supervisor de Entrada sobre quaisquer situações de risco identificadas, seguir rigorosamente os procedimentos de segurança estabelecidos nos treinamentos e utilizar o EPI para espaço confinado fornecido de maneira correta.
Cabe ressaltar que o trabalho em espaços confinados deve ser realizado exclusivamente por profissionais qualificados e treinados para lidar com esse tipo de ambiente, o que reforça a importância de se seguir à risca as diretrizes da NR-33.
Prevenção de acidentes em espaços confinados
Entre 2011 e 2020, no Brasil, 280 incidentes de trabalho foram registrados como acidentes típicos, associados diretamente aos códigos da CID-10 T71 e W81, indicativos de situações que poderiam ocorrer em espaços confinados.
Dentre esses eventos, 244 casos (correspondente a 87% do total) envolveu asfixia, estrangulamento ou afogamento. Esses códigos, T71, que alude a asfixia, e W81, relacionado a aprisionamento em locais com baixos níveis de oxigênio, mostram a gravidade dos perigos presentes em espaços restritos.
Por isso, além do uso de EPI para espaço confinado, existem outros cuidados fundamentais para prevenir acidentes.
A importância da análise de riscos
Antes de iniciar qualquer trabalho em espaços confinados, uma análise completa dos riscos é imprescindível.
Essa análise ajuda a identificar quais são os perigos presentes, como a falta de ventilação adequada ou a presença de gases tóxicos. A partir dessa avaliação, é possível definir qual EPI para espaço confinado é necessário para garantir a segurança dos trabalhadores.
Empresas precisam realizar essa análise regularmente, seguindo os requisitos das Normas Regulamentadoras. Isso inclui verificar a qualidade do ar, possíveis riscos de explosão, entre outros fatores que possam comprometer a segurança.
Treinamento e capacitação
Outro aspecto fundamental na gestão de segurança é o treinamento adequado dos trabalhadores. Além de fornecer EPI para espaço confinado, é necessário que as empresas garantam que os trabalhadores saibam como usá-los corretamente.
Um equipamento mal ajustado ou utilizado de forma inadequada pode ser tão perigoso quanto não utilizar nenhum equipamento.
Portanto, investir em treinamento em segurança ocupacional é uma prática obrigatória e estratégica para as empresas. Treinamentos regulares devem ser realizados para garantir que todos os trabalhadores estejam atualizados e saibam responder adequadamente em caso de emergências.
Gestão de riscos
A gestão de riscos em espaços confinados envolve a adoção de políticas preventivas e reativas, assegurando que todos os processos estejam alinhados com as Normas Regulamentadoras.
Além disso, empresas devem investir em consultorias especializadas para ajudar na implementação e manutenção de medidas de segurança, garantindo que todos os procedimentos estejam em conformidade com as melhores práticas.
Equipe de resgate pronta e equipada em caso de emergência
Mesmo com todas as medidas preventivas, situações de emergência podem acontecer, e é exatamente por isso que uma equipe de resgate especializada deve estar sempre pronta e equipada.
Essa equipe precisa ser treinada não apenas em técnicas de resgate em espaços confinados, mas também na administração de primeiros socorros e no uso de equipamentos específicos para essas situações.
É essencial que o plano de resgate seja parte integrante das operações em espaços confinados. Ele deve incluir rotas de evacuação, procedimentos de comunicação de emergência e a disponibilidade imediata de equipamentos como cintos de segurança e sistemas de elevação, que podem ser fundamentais em uma retirada de emergência.
Além disso, a equipe de resgate deve estar posicionada em locais estratégicos, próxima aos pontos de entrada e saída dos espaços confinados, para garantir uma resposta rápida em caso de incidente.
É igualmente importante que todos os trabalhadores envolvidos estejam familiarizados com o plano de resgate e saibam exatamente o que fazer se uma emergência ocorrer.
Conclusão
O uso de EPI para espaço confinado é uma medida indispensável para garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores. Esses equipamentos, aliados ao treinamento adequado e à gestão de riscos, são fundamentais para prevenir acidentes e preservar a integridade física dos colaboradores.
Empresas que desejam melhorar sua abordagem de SST devem priorizar a escolha e o uso correto dos EPIs, além de seguir todas as diretrizes estabelecidas.
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