Um trabalhador morreu eletrocutado em São Sebastião (DF) enquanto operava uma pulverizadora agrícola. Entenda com a AMBRAC os erros que levaram ao acidente e quais medidas podem evitar tragédias semelhantes.
Especialistas da AMBRAC alertam para falhas em gestão de riscos e ausência de medidas de prevenção elétrica no campo.
O acidente
Um trabalhador rural morreu por volta das 5h20 da manhã de 12 de novembro de 2025, em uma propriedade agrícola na região de São Sebastião (DF), após sofrer uma descarga elétrica enquanto operava uma pulverizadora.
Segundo o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), o braço metálico da máquina tocou a rede elétrica durante a operação, provocando uma descarga imediata e fatal.
Apesar das tentativas de reanimação no local, o óbito foi confirmado pela equipe de resgate. As autoridades abriram investigação para apurar se houve falhas de gestão de risco e negligência nas medidas de segurança previstas em norma.
“Acidentes previsíveis e evitáveis”, alerta Lucas Esteves
Para Lucas Esteves, Diretor Técnico da AMBRAC e especialista em Medicina e Segurança do Trabalho, o acidente é reflexo de uma falha de gestão de riscos elétricos e da ausência de protocolos preventivos nas operações rurais.
“Este é um caso típico de acidente previsível e evitável. O simples mapeamento das redes elétricas e o treinamento adequado do operador teriam evitado a tragédia. O problema não está na máquina, mas na falta de análise prévia de risco e de uma cultura de segurança consolidada.”
O especialista reforça que operações agrícolas realizadas antes do amanhecer ampliam significativamente o risco de choque elétrico:
“Durante a madrugada, a visibilidade é reduzida. Equipamentos altos, como pulverizadoras, precisam de sinalização, iluminação adequada e delimitação de áreas seguras. Isso é básico dentro de um PGR Rural.”
Entenda o risco elétrico nas operações agrícolas
O contato entre máquinas agrícolas e redes elétricas é uma das principais causas de mortes no campo.
A NR-10 (Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade) e a NR-31 (Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura) determinam que nenhuma máquina metálica deve ser operada a menos de 3 metros de linhas energizadas.
Segundo dados da Fundacentro, entre 2022 e 2025, 14% dos acidentes fatais com eletricidade no Brasil ocorreram em áreas rurais, especialmente durante pulverizações e transporte de máquinas com braços extensíveis.
“O setor agrícola ainda subestima o risco elétrico. Muitos produtores não mapeiam as linhas de transmissão nem realizam análise preliminar de risco (APR) antes das atividades”, complementa Esteves.
Comparativo Técnico: Acidentes Elétricos no Campo
| Tipo de Ocorrência | Percentual no Setor Rural | Causa Principal | Norma Aplicável |
|---|---|---|---|
| Contato com rede elétrica durante pulverização | 38% | Falta de mapeamento e sinalização | NR-31 / NR-10 |
| Operação noturna com baixa visibilidade | 27% | Iluminação e isolamento inadequados | PGR / PCMSO |
| Choque durante manutenção de maquinário | 21% | Ausência de bloqueio e etiquetação (Lockout-Tagout) | NR-12 / NR-10 |
| Transporte de equipamentos altos | 14% | Ausência de rotas seguras e orientação prévia | PGR Rural |
Como prevenir acidentes elétricos em propriedades rurais
A AMBRAC reforça que a prevenção é o pilar central da segurança no campo, e que programas estruturados podem eliminar quase totalmente acidentes desse tipo.
Boas práticas recomendadas:
- Mapeamento elétrico prévio da área de cultivo;
- Delimitação de faixas de segurança e sinalização visível;
- Treinamento periódico dos operadores de máquinas;
- Revisão do PGR e PCMSO com foco em risco elétrico;
- Inspeção diária dos equipamentos e braços articulados;
- Procedimento de bloqueio (LOTO) antes de manutenção;
- Plano de emergência e primeiros socorros atualizados.
“Não existe acaso quando o assunto é eletricidade. Existe falha de planejamento ou ausência de controle. Segurança é resultado de método e disciplina”, reforça Esteves.
A AMBRAC como referência em segurança
A AMBRAC atua há mais de 10 anos com foco em consultoria e gestão de SST, incluindo a implantação de PGR, PCMSO, treinamentos normativos e auditorias de conformidade para o eSocial.
A empresa atende propriedades agrícolas, cooperativas, concessionárias e indústrias do setor agro, garantindo conformidade legal e redução de passivos trabalhistas.
“Nosso papel é antecipar o risco antes que ele vire manchete. A cultura de segurança precisa sair do papel e chegar ao campo”, finaliza Esteves.
FAQ – Perguntas Frequentes sobre Risco Elétrico
O que é o PGR Rural e por que ele é obrigatório?
É o Programa de Gerenciamento de Riscos voltado ao ambiente rural, previsto na NR-31. Ele identifica, avalia e controla riscos ocupacionais, inclusive elétricos.
Toda máquina agrícola oferece risco elétrico?
Sim, especialmente aquelas com estruturas metálicas e braços articulados que se aproximam de linhas de energia.
É permitido operar pulverizadora à noite?
Somente com visibilidade adequada, iluminação auxiliar e mapa elétrico da área. Caso contrário, é uma prática de risco.
Quais EPIs são obrigatórios?
Botas isolantes, luvas dielétricas, capacetes com viseira e roupas de proteção com isolamento térmico.
A empresa rural pode ser autuada por um acidente elétrico?
Sim. A ausência de PGR, PCMSO e treinamentos obrigatórios pode gerar multas e responsabilização civil e penal.
Como a AMBRAC pode ajudar?
Oferecendo análise técnica, auditoria de conformidade, implantação de programas de prevenção e treinamentos práticos.
Quais normas regulamentam o tema?
NR-10 (eletricidade), NR-12 (máquinas), NR-31 (agricultura), além do PGR e PCMSO.
Conclusão
O acidente em São Sebastião é mais que uma tragédia isolada: é um alerta sobre a urgência de modernizar a gestão de riscos no agronegócio. A negligência em medidas preventivas não compromete apenas vidas — afeta produtividade, reputação e sustentabilidade do setor.
A AMBRAC defende uma visão integrada de Saúde, Segurança e Sustentabilidade (S³), onde tecnologia, capacitação e planejamento caminham juntos.
“Segurança não é custo. É investimento em pessoas, eficiência e reputação. E o primeiro passo é reconhecer que cada operação no campo carrega riscos que precisam ser gerenciados com seriedade”, conclui Lucas Esteves.
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