Um estudo publicado em janeiro de 2026 no International Journal of Hygiene and Environmental Health identificou biomarcadores urinários promissores para avaliar a exposição ocupacional à fumaça de solda. Soldadores apresentaram níveis significativamente elevados de metais como arsênio, cromo, ferro, manganês e níquel, além de metabólitos associados ao estresse fisiológico. A pesquisa reforça a necessidade de avaliações mais precisas em ambientes onde a soldagem é atividade habitual.
Por Lucas Esteves — Especialista em Medicina e Segurança do Trabalho e Sócio da AMBRAC.
O que o estudo revela sobre biomarcadores em soldadores
A pesquisa avaliou 38 soldadores e 36 trabalhadores não expostos, analisando amostras de ar e urina. Combinando biomonitorização, metalômica e metabolômica, foram medidos níveis urinários de metais via ICP-MS e metabólitos via LC-MS-MS.
“A soldagem envolve exposição a partículas metálicas altamente biodisponíveis. Biomarcadores urinários podem antecipar riscos antes mesmo dos sintomas aparecerem.”
— Lucas Esteves
Metais encontrados em níveis elevados nos soldadores
Os participantes expostos apresentaram aumentos estatisticamente significativos (p<0,05) nos níveis urinários de:
- Arsênio (As)
- Cromo (Cr)
- Ferro (Fe)
- Manganês (Mn)
- Níquel (Ni)
Esses metais estão diretamente associados ao processo de soldagem, especialmente solda MIG, TIG e eletrodo revestido.
Metabólitos com potencial para uso como biomarcadores
O estudo propôs como marcadores de exposição:
- Ácido beta-hidroxibutírico
- Arginina
- Asparagina
- Colina
- Ornitina
Esses metabólitos apresentaram AUC superior a 0,7 na análise da curva ROC, indicando boa capacidade discriminatória entre expostos e não expostos.
“Metabolômica é uma ferramenta poderosa para revelar alterações biológicas que passam despercebidas em exames convencionais.”
— Lucas Esteves
Influência do tabagismo e da experiência em soldagem
Os modelos estatísticos demonstraram:
- O tabagismo como forte preditor de Fe, Mn e V urinários;
- A exposição de curto prazo como preditora de Cr e Sb urinários;
- A experiência em soldagem afetando níveis de metabólitos indicativos de estresse metabólico;
- Interações entre hábitos pessoais e exposição ocupacional.
Exemplos práticos de aplicação dos achados
Exemplo 1 — análise de riscos em empresas de soldagem pesada
Empresas que realizam:
- Soldas contínuas em ambientes fechados;
- Trabalhos em altura ou espaços confinados;
- Soldagem de ligas contendo níquel, cromo ou manganês;
podem usar biomarcadores urinários para monitorar a exposição real dos trabalhadores, complementando avaliações ambientais.
Exemplo 2 — programas de vigilância em saúde ocupacional
Serviços de SST podem incorporar testes urinários periódicos quando há:
- Histórico de exposição acima dos limites;
- Soldadores fumantes;
- Alterações clínicas não explicadas por exames comuns;
- Rotatividade alta ou variação de tarefas de soldagem.
FAQ – principais dúvidas sobre biomarcadores na exposição à fumaça de solda
Quais metais urinários indicam exposição à fumaça de solda?
As, Cr, Fe, Mn e Ni foram encontrados em níveis elevados em soldadores.
O tabagismo interfere nos biomarcadores?
Sim. O estudo mostrou forte influência do tabagismo em metais como Fe, Mn e V.
Metabólitos podem servir como biomarcadores precoces?
Sim. Vários metabólitos apresentaram AUC acima de 0,7, indicando boa precisão.
Esses exames substituem a avaliação ambiental?
Não. A biomonitorização complementa, mas não substitui as medições de ar.
Os achados se aplicam a todos os tipos de solda?
Dependem da liga metálica utilizada, ventilação e métodos de trabalho.
Há limitações na pesquisa?
Sim. Amostra relativamente pequena e ausência de estratificação por sexo.
Qual é a relevância prática para SST?
Permite identificar riscos antes de alterações clínicas, melhorando ações preventivas.
Conclusão
O estudo reforça o potencial de combinar metalômica e metabolômica para aprimorar a vigilância em saúde de soldadores. A identificação de biomarcadores urinários pode permitir uma detecção precoce de riscos, considerando a interação entre exposição ocupacional, fatores individuais e respostas biológicas. Para gestores de SST, essa abordagem representa uma oportunidade de elevar o nível de precisão nas estratégias de prevenção em ambientes com alta emissão de partículas metálicas.
Como a AMBRAC pode apoiar sua empresa
Monitoramento de exposição em processos de soldagem
- Avaliação de metais e partículas em ambientes de soldagem;
- Interpretação técnica de biomarcadores urinários;
- Estruturação de programas de vigilância médica para soldadores.
Gestão completa de SST e riscos químicos
- Implementação de controles ambientais e EPI adequados;
- Revisão de PGR, PCMSO e inventários de risco;
- Capacitação das equipes para prevenção de toxicidade metálica.
Consultoria técnica para investigações avançadas
- Análise detalhada de metabolômica aplicada à saúde ocupacional;
- Protocolos de biomonitorização para empresas metalúrgicas;
- Treinamento sobre interpretação de dados toxicológicos e laboratoriais.
Sua empresa monitora adequadamente a exposição à fumaça de solda?
A AMBRAC apoia indústrias e serviços na avaliação de riscos metálicos, biomonitorização e gestão completa de Saúde e Segurança do Trabalho.
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